Zeramos Fibria

As ações da produtora de celulose foram compradas com o objetivo de proteger a carteira contra uma depreciação do Real, que acabou não acontecendo mas ainda assim se apreciaram fortemente, nos levando a vendê-las

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Fibria

Como noticiado na mídia, em novembro o Versa teve fortes ganhos com ações da Fibria, posição cujo objetivo primário era proteger a carteira contra uma desvalorização do Real. A empresa é uma das maiores exportadoras do país, auferindo sua receita em dólares, e seu custo é essencialmente em reais. Assim, quanto maior o valor do Dólar em relação ao Real, maior a receita da empresa para os mesmos custos, portanto, maior a sua margem de lucro.

O motivo para comprar Fibria ao invés de derivativos cambiais foi a forte queda das ações, que acompanhou a apreciação do Real. Em janeiro, quando a moeda bateu R$ 4,15 em relação ao Dólar a Fibria chegou a R$ 50. No final de junho, quando começamos a montar a posição, a moeda valia R$ 3,40 e as ações da Fibria R$ 22. Parte do movimento também é explicado pela queda de 10% na celulose no período, entretanto a celulose já havia caído 12,5% de setembro a janeiro e o papel continuava nas máximas.

No momento que fomos as compras,  a empresa negociava na bolsa a 85% do valor do seu patrimônio líquido contábil. Negociar abaixo do PL é um indicativo de mercado que a empresa não conseguiria mais gerar lucros econômicos, premissa que discordamos desde o princípio. A Fibria é uma das melhores produtoras de celulose do mundo, com o menor custo de produção entre as grandes. Ceteris paribus, se a Fíbria não conseguir gerar lucro econômico, dificilmente os competidores conseguirão, e muitos irão a falência antes dela, reduzindo a oferta de celulose e elevando os preços, o que naturalmente equilibra o mercado, levando-a a gerar lucros econômicos novamente. Assim, além da exposição cambial, a ação encontrava-se em níveis deprimidos de valuation, aumentando nosso interesse pelo papel. Por isto Fibria foi a escolhida para essa proteção.

Desde que montamos a posição do Real se valorizou e depreciou, ficando no mesmo patamar. A celulose, por sua vez, caiu e voltou a subir, também ficando no mesmo lugar. Já a Fibria teve forte alta, se valorizando aproximadamente 50% no período. Atualmente a empresa está a 130% do valor contábil, patamar mais adequado à qualidade dos ativos e da gestão da empresa. Assim, decidimos sair de Fibria por achar que após esta valorização ela oferece menor proteção à desvalorização cambial. As ações trouxeram grandes ganhos sem cumprir seu papel. Fibria foi o hedge que todo gestor sonha encontrar.

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