Euforia
Janeiro foi um mês de euforia. A bolsa brasileira subiu forte e em linha com o S&P, que valorizou 9%. A bolsa americana encerrou janeiro recuperando 15% das mínimas, e entrou no quinto mês de draw-down apesar da economia ainda forte e do FED ensaiar uma pausa na alta dos juros. A máxima histórica do S&P foi em setembro do ano passado, e os números desde então mostraram o mundo arrefecendo de forma sincronizada, aumentando o medo de uma recessão global que afetaria os EUA. As tensões comerciais com a China e a incerteza do Brexit também atrapalham.
A Bovespa, por outro lado, continua em lua de mel com o novo governo e a reforma da previdência. Dados de dezembro como as vendas no varejo, produção industrial e IABr mostraram que a recuperação da economia continua lenta. Passados apenas ~10% do ano, as revisões do PIB 2019 para baixo já começaram. Apesar do menor crescimento, as projeções apontam para aceleração do PIB ao longo do ano. Os índices de confiança continuaram a subir, marcando a alta da confiança do empresariado mais forte após uma eleição até hoje.
A bolsa está cara?
As ações do mercado interno, como bancos e varejistas, estão de volta aos múltiplos mais altos que já negociaram. Com a expectativa de melhora para a economia, os bancos estão guiando uma maior expansão do crédito e queda do custo em 2019. Já as varejistas e outras empresas do mercado interno esperam aumento das vendas e das margens. As ações de commodities, por outro lado, continuam baratas frente o preço atual das materias primas e do Real depreciado.
A diferença de valuation entre os dois grupos afetou o posicionamento da carteira nos últimos meses. Aumentamos a exposição às ações de commodities e as vendas à descoberto em ações do mercado interno.
Em função da alta nos índices de confiança e da aceleração esperada para o PIB, mantemos a alocação em Bolsa comprada desde novembro.
Versa Charger
No dia 14 de janeiro lançamos o primeiro fundo long-only da casa, o Versa Charger FIA. O objetivo do fundo é bater o Ibovespa no longo prazo sem fazer vendas à descoberto, utilizar alavancagem, derivativos ou opções. O Charger é composto por 5 a 20 ações que podem ter de 5% a 20% do patrimônio do fundo cada. É a forma mais simples e elementar de investir em ações.
Filho novo nasceu. Bem vindo Versa Charger. Acelera! pic.twitter.com/lbG2vfdWEv
— Luiz Fernando (@luizfalvesjr) 14 de janeiro de 2019
Resultado
31-dez-18 | 31-jan-19 | Variação | |
Versa | 6,21 | 7,55 | +21,5% |
Fit | 0,93 | 1,05 | +12,4% |
CDI aa | 6,4% | 6,4% | +0,5% |
Ibovespa | 87.887 | 97.394 | +10,8% |
O resultado de janeiro derivou metade do long & short (+11,8%) e a outra metade das opções. (+12,5%). No long & short o livro comprado (long) subiu +9,5% enquanto o vendido à descoberto (short) valorizou +5,9%. Os comportamentos diferentes das carteiras long e short em relação ao índice Bovespa mês-a-mês mostram o efeito do stock-picking e da concetração das posições. O lucro das opções veio principalmente dos derivativos de índice Bovespa.
Livro | Posição Versa | P&L Versa | Posição Fit | P&L Fit |
Long | 200% | +19,1% | 108% | +9,9% |
Short | -123% | -7,3% | -72% | -4,5% |
Opç Bolsa | 122% | +12,5% | 70% | +7,0% |
CDI | +0,5% | +0,5% | ||
Taxas | -3,2% | -0,5% | ||
Resultado | +21,5% | +12,4% |
Suzano teve forte alta após leve recuperação da celulose na China, que amenizou os temores de uma correção mais forte da matéria prima. Via Varejo, um dos papéis mais voláteis de 2018, começou o ano com forte valorização apesar da ausência de boas notícias operacionais. Investimos na empresa ao longo de 2017, zeramos em 2018 e decidimos voltar neste início de ano após a ação atingir níveis que consideramos assimétrico. Com margens apertadas, pequenas melhoras operacionais se transformam em forte crescimento de lucro e rentabilidade. A volta do Peter Estermann ao comando da Via Varejo dá credibilidade aos planos de recuperação das vendas e margens da Cia. Direcional continuou a valorizar com a melhora dos resultados em função do crescimento do segmento Minha-Casa-Minha-Vida nos resultados da empresa.
Δ Ação | Versa | Fit | |
SUZB3 | +21% | 4,4% | 2,2% |
VVAR3 | +37% | 3,3% | 1,7% |
DIRR3 | +23% | 1,9% | 1,1% |
HGTX3 | +7% | 1,5% | 0,9% |
BRPR3 | +7% | 1,5% | 0,8% |
VLID3 | +16% | 1,4% | 0,8% |
maiores ganhos em janeiro
As ações da Equatorial subiram após a Cia arrematar sem ágio a distribuidora de energia de Alagoas (Ceal) no leilão de venda da Eletrobrás. Especializada em fazer o turn-around de distribuidoras deficitárias, a Equatorial já havia arrematado a Cepisa (distribuidora do Piauí) no leilão anterior. O mercado aposta que a empresa terá sucesso novamente nas transformações. Iochpe caiu com as notícias de vendas de automóveis mais fracas na Europa e na China.
Δ Ação | Versa | Fit | |
EQTL3 | +18% | -1,4% | -0,9% |
MYPK3 | -6% | -1,1% | -0,6% |
BTOW3 | +19% | -1,0% | -0,5% |
RADL3 | +8% | -0,9% | -0,5% |
maiores perdas em janeiro