Resultado Mensal (Nov/20): Versa +58,8%; Fit +26,1%; Charger +16,2%; Tracker +13,6%

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Novembro foi um mês de recuperação para ativos de risco mundialmente. O avanço no desenvolvimento de vacinas contra covid-19 trouxe a percepção que o vírus será contido ao longo dos próximos meses, permitindo continuação do lento processo de reabertura da economia mundial. Nos EUA Joe Biden venceu a eleição presidencial e o partido republicano (provavelmente) manteve o controle no Senado. Com isso o mundo acumulou uma série de motivos para otimismo: (1) grande estímulo monetário e fiscal nas principais economias do mundo; (2) uma chance menor de exageros nos eventuais aumentos de impostos e gastos públicos nos EUA durante o governo Biden, que terá de convencer um senado republicano; e (3) a possível imunização da população ao longo dos próximos meses evitando novas restrições de mobilidade e atividade econômica para combater o vírus.

O principal índice de ações americano (S&P 500) subiu +10,7% no mês. O petróleo, diretamente ligado à atividade econômica, teve alta de +26,7%. Aqui no Brasil o índice Bovespa subiu +15,9%. Medida em dólares a alta da bolsa brasileira foi melhor ainda (+23,8%) apoiada pela valorização da moeda brasileira frente ao dólar.

Os fundos da casa surfaram bem a onda positiva com alta de +58,8%, +26,1%, +16,2% e +13,6% para o Versa, o Fit, o Charger e o Tracker, respectivamente. Todos os fundos se beneficiaram da alta da carteira comprada em ações. Com exceção do Charger, nosso fundo long-only que tem só ações, todos ganharam também com a queda do dólar.

Resultado Fundos

Estratégia Versa LB FIM e Fit LB FIM

Estratégia Tracker FIM

Estratégia Charger FIA

Destaques Positivos

A queda do dólar foi o principal ganho da carteira do Versa. Como bem dito na última carta semanal pelo Tarik, economista-chefe da Versa, nosso modelo teórico indica um valor “justo” para o dólar perto de ~4,35/USD. A moeda americana fechou novembro em 5,33, uma queda de -7,14% para o mês. Para atingir o seu valor justo o dólar teria que cair mais -18,4% frente seu fechamento em novembro. Acreditamos que o caminho para que isso aconteça envolve a retomada da agenda de reformas, necessárias para garantir a boa trajetória do endividamento público à frente.

O próximo destaque positivo foram as ações da BR Properties que subiram +20,9% no mês seguindo o otimismo geral do mercado e respondendo ao bom resultado do 3º trimestre reportado pela Cia.

Em seguida destacaram-se os bancos Bradesco e Itaú. As ações subiram +19,5% e +17,0% respectivamente, dando continuação à recuperação iniciada em outubro. Como comentemos em diversas cartas anteriores, as ações do setor bancário regiram exageradamente aos impactos do coronavírus sobre a economia, tanto no Brasil quanto lá fora. Em tempos normais bancos tendem a perder rentabilidade quando há uma combinação de juros baixos e atividade econômica reprimida. É o pior ponto do business cycle para os bancos. Acreditamos desde o início que a pandemia castigou menos os bancos que os business cycles fracos anteriores, e as ações sofreram mais que o negócio. Com as boas notícias em relação a vacinas e o potencial retorno de um ciclo positivo para bancos, as ações tiveram bom desempenho. Acreditamos na continuação da recuperação por isso mantivemos a exposição comprada nos bancos Bradesco e Itaú.

O último destaque positivo de novembro foi a ação da General Motors. A empresa divulgou bons resultados para o 3º trimestre no início do mês, com: (1) lucro operacional recorrente na américa do norte crescendo +10% em comparação com o 3T19; (2) melhorias na operação internacional que, pela primeira vez em muitos trimestres, não trouxe prejuízo para o todo; e (3) um resultado fantástico na operação financeira da GM levantada pelo aumento dos preços de carros usados nos EUA.

Aproveitando a forte recuperação nos resultados no 3º trimestre a empresa anunciou que irá acelerar seu plano de investimentos para melhorar seu portfolio de veículos elétricos. Até 2025 a GM vai investir US$27 bilhões na empreitada (de US$20 bilhões no plano anterior) lançando 30 modelos de veículos elétricos mundialmente. A empresa anunciou no dia 19/nov que a primeira geração do seu sistema de bateria (Ultium) em breve atingirá um custo de ~US$100/kwh. De acordo com a consultoria McKinsey esse é o custo de paridade com carros movidos a motores de combustão interna. Até 2025 a 2a geração do Ultium deve trazer uma redução adicional de custo de ~20% deixando os veículos elétricos da GM com custo mais competitivo que os veículos tradicionais. Com isso apresentaram uma meta ambiciosa de conquistar a posição #1 em participação de mercado em veículos elétricos na América do Norte (um recado claro para a Tesla).

Além de acelerar seu plano para veículos elétricos, a GM está otimizando seu modelo de negócios para um mundo com carros autônomos e conectados. No futuro ela deixará de ser uma empresa que só produz e vende veículos (volume x preço) para se tornar uma empresa que também agrega serviços relacionados ao uso do veículo. A lista de negócios pretendidos inclui:

  1. Direção autônoma SuperCruise
  2. Cruise Origin: um serviço de carona 100% autônomo e elétrico
  3. Seguro auto com uso de dados coletados sobre os hábitos do motorista
  4. Gestão de frotas de veículos elétricos
  5. Infraestrutura e tecnologia de recarga para veículos elétricos

A evolução é crucial para a nossa tese de investimento em GM

Maiores ganhos de novembro

Destaques Negativos

Como esperado para um mês de alta generalizada na bolsa, os destaques negativos vieram da carteira vendida à descoberto, representada pelas ações das empresas Brasil Foods, B3, Suzano, Hapvida e Natura.

Maiores perdas de novembro

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.