Março foi um mês positivo para os mercados acionários mundialmente. Nos EUA, os índices NASDAQ e S&P 500 tiveram alta de +3,7% e +3,8%, respectivamente. A alta das bolsas americanas continua a chamar atenção se considerarmos o movimento do mercado de juros, onde o título de dívida americana com vencimento em 10 anos subiu de 1,84% no final de fevereiro para 2,33% hoje. Alta dos juros longos normalmente reduz o apetite a risco e portanto o valor de empresas em bolsa, principalmente empresas de tecnologia tão representadas pelos principais índices de ações americanos. Além da alta dos juros longos, um tema que repercutiu nessas últimas semanas foi a inversão da curva de juros americana. Normalmente, a curva é ascendente: os juros de longo prazo são maiores que os juros de curto prazo. Por vezes, como no mês de março, a curva “desempina” ou até inverte, com os juros de curto prazo (2 anos) se igualando ou até superando os juros com vencimento em 10 anos. O fenômeno costuma ser fortemente associado à iminência de uma recessão econômica. Não é que a inversão da curva prevê uma recessão vindoura. Ela é praticamente a própria definição de recessão vindoura, pois reflete a atuação dos agentes econômicos, principalmente o banco central americano, em apertar as condições financeiras de curto prazo para combater a inflação. A inflação é a doença, os juros são o remédio, e a queda de atividade (recessão econômica) é o efeito colateral. Se a alta dos juros longos é ruim para empresas de tecnologia, a alta (ainda maior) dos juros curtos é ruim para empresas cujos resultados dependem do ciclo econômico de curto prazo, como as cíclicas GM e Ford (ações que caíram -7% e -4% respectivamente em Março). Mas nada disso abalou os índices americanos. No final do ano passado iniciamos uma posição vendida a descoberto em contratos futuros de índice S&P 500 e zeramos posições compradas em empresas estrangeiras como GM e Ternium. O price action de março nos motiva a manter a posição vendida em S&P. Ainda não retomamos os investimentos em GM e Ternium.
Aqui no Brasil o índice bovespa subiu +6,1% em março, puxado pelas ações do setor financeiro (Itaú, Bradesco, B3), dentre outras, cujas altas compensaram quedas em Petrobras, Hapvida, PetroRio, Embraer e Vale, além de outras principalmente do setor de commodities. Visto em dólares, o índice bovespa subiu +14,9% em março, levado pela alta do índice em reais e principalmente pela valorização do real em relação ao dólar (+8,9%). Em março tivemos a primeira melhora para o cenário de juros no Brasil em muitos meses. A inflação ainda não foi resolvida, mas a queda do dólar para ~R$4,75 já permite ao debate sobre política monetária abordar o fim do ciclo de alta da SELIC. Isso ajudou os DIs a cederem, favorecendo por exemplo nosso fundo Versa Tracker (+12,7% em março), além de empresas cujos negócios dependem do cenário para juros, como empresas do varejo e do setor imobiliário.
Nossa carteira de ações compradas, representada pelo fundo Versa Institucional FIA (antes denominado Versa Charger), teve alta de +6,7% no mês. Os principais ganhos da carteira long foram Grupo Soma, BR Properties, Sabesp, Lojas Marisa e Petrobras. Essas compensaram quedas nas ações de Vittia e Guararapes. Os fundos long-biased foram ajudados pela alta da carteira de ações, mas entregaram parte desse ganho com perdas na posição vendida em S&P 500. O Versa e o Fit subiram +2,2% e 4,3%, respectivamente. Consulte mais detalhes sobre o desempenho dos fundos nas tabelas abaixo.
Agradecemos a confiança depositada.
Equipe Versa
Resultado dos fundos
Atribuição de Performance
Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.