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No início de junho o índice bovespa ultrapassou 130 mil pontos pela primeira vez na história. Mesmo após uma acomodação desde então, hoje a bolsa vale 6% mais que valia no auge pré-pandemia. O fato desperta certa preocupação para quem ainda observa ~1.500 mortes diárias por covid-19, desemprego alto, pressões inflacionárias, o início de um ciclo de alta de juros e uma proposta de reforma tributária que promete onerar a espinha dorsal dos investimentos em ações: os dividendos.
Por outro lado, a bolsa não está exatamente “cara”. Hoje está negociando a 10x lucro anual. É o mesmo múltiplo preço/lucro em que a bolsa negociava antes da pandemia, e é um desconto de ~25% para o múltiplo histórico do Ibovespa. Além disso, quando separamos a bolsa em duas categorias (empresas exportadoras e não exportadoras), vemos: (1) muitas exportadoras estão com múltiplos abaixo da média histórica, precificando que o benefício do dólar e dos preços das commodities elevados será passageiro; (2) as não exportadoras, cujos negócios foram fortemente impactados pelo isolamento social, estão com múltiplos acima do nível pré-pandemia devido ao processo lento de recuperação da mobilidade social (e do lucro dessas empresas) conforme avança a vacinação no país. De forma geral, nenhuma das categorias demonstra sinal de otimismo exagerado, principalmente para quem acredita (como nós) que a reabertura mundo afora pós-vacinação deve impulsionar a atividade econômica, ajudada por um longo período de estímulos fiscais e monetários acima da média nas principais economias do mundo.
Com isso, a pergunta que nos tira o sono aqui na Versa hoje não é se devemos ter ou não exposição à bolsa. O que ocupa nossos esforços é definir como queremos essa exposição à bolsa. Quais ações formam a melhor combinação de risco/retorno diante da reabertura e da bolsa batendo recordes? Nesse sentido, o setor de maior peso em nossa carteira continua sendo o varejo, representado pelas empresas Hering, Lojas Marisa, Guararapes e Via-Varejo. A segunda maior posição única na carteira vem do setor de lajes corporativas: BR Properties, uma ação que ainda está valendo -40% menos que valia antes da pandemia. Também temos uma exposição relevante ao setor de commodities, onde o valuation é convidativo especialmente para as empresas Vale, Braskem, JBS e Ternium (uma estréia, mais abaixo). Se quando falamos do índice bovespa damos a percepção de que não está caro, mas também não está de graça, quando olhamos para nossa carteira vemos empresas que ainda negociam a valores muito baratos diante do que está por vir: uma recuperação importante da atividade econômica sem grandes percalços no que tange à inflação, aos juros e ao risco fiscal no curto/médio prazo.
Desempenho em junho: No mês de junho os fundos da casa se beneficiaram novamente do cenário positivo para a bolsa diante da reabertura econômica/vacinação. Tivemos altas de +9,9%, +5,7%, +0,1%, e +3,6% no Versa, Fit, Tracker e Charger, respectivamente.
Estréias na carteira: Quem acompanha esta carta mensalmente deve ter percebido que por aqui são raras as mudanças repentinas de opinião/carteira. É característica da nossa forma de investir, olhando o longo prazo. Mas às vezes trazemos novidades também. No último mês introduzimos duas novas posições aos fundos. Ambas posições vêm de categorias que aparecem raramente nos nossos fundos: empresas estrangeiras (Ternium) e empresas novatas na bolsa (BR Partners).
Disponibilizamos mais detalhes sobre os principais ganhos e perdas do mês nas tabelas.
Agradecemos a confiança depositada,
Equipe Versa
Resultado dos Fundos
Atribuição de Performance
Destaques Positivos
Destaques Negativos
Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.