Resultado Mensal (Julho/20): Versa +15,3%; Fit +7,1%; Charger +8,6%; Tracker +6,9%

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Em julho as principais bolsas do mundo seguiram a recuperação que iniciou após o atingimento do “fundo do poço” entre março e abril. O índice americano S&P 500 teve seu quarto mês seguido de alta, subindo +5,5% em julho. Aqui no Brasil o índice Bovespa superou seu par americano pelo segundo mês consecutivo, com alta de +8,3%. Os fundos da casa permaneceram com exposição comprada em bolsa, e portanto tiveram bom desempenho no mês: Versa +15,3%; Fit +7,1%; Charger +8,6%; Tracker +6,9%. O Versa, o FIT e o Tracker tiveram ganhos na posição vendida em dólar, ajudados pela desvalorização de -4,4% do dólar no mês. Seguimos otimistas com o cenário para ativos de risco em geral, ancorados pela: (1) ampla liquidez dada pelos estímulos monetários e fiscais usados para combater a crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus; e (2) provável recuperação econômica gerada pela reabertura gradual das economias onde o pior do surto de coronavírus parece ter passado. O S&P 500 está à somente 2,8% de sua máxima histórica (fevereiro/20). O Ibovespa, não tão beneficiado por empresas de tecnologia quanto o S&P 500, está à 16% das máximas vistas em janeiro/20. É cognitivamente desconfortável pensar na possibilidade desses índices superarem suas máximas históricas mesmo com o choque econômico causado pelo isolamento social. Ao mesmo tempo, os atuais juros baixos (SELIC de 2,25% e Fed Funds Rate de 0- 0,25%) tem um efeito significativo sobre o preço teoricamente justo de ações como classe de ativo. Parte disso vem do custo de oportunidade baixo de investir em ações. Outra parte vem da injeção de combustível que é o crédito barato para as empresas e economia no geral. Se cai o custo de financiamento, cai a despesa financeira das companhias e cai o retorno mínimo necessários para aprovação de investimentos de capital, incentivando o mundo de negócios a consumir e investir mais na saída da pandemia. Enquanto isso durar, não descartaríamos mais meses positivos para ativos de renda variável adiante. Vale dizer que, no curto prazo, os dados econômicos podem continuar voláteis, como bem explicado pelo Tarik aqui.

Resultado Fundos

Estratégias do Versa LB FIM e Fit LB FIM

Estratégia do Versa Charger FIA

Estratégia do Versa Tracker FIM

Destaques Positivos

Novamente as ações da Via-Varejo compõe a lista de destaques positivos do mês. Tanto Via-Varejo quanto os outros destaques foram beneficiados com o otimismo geral ligado à economia doméstica com o pano de fundo descrito acima.

Falando especificamente de Bradesco, que junto com o setor bancário teve uma recuperacão mais lenta em relação ao resto da bolsa, as ações tiveram um tentativa de catch-up em julho diante dos bons resultados de bancos no 2o trimestre nos Estados Unidos. Os bancos vêm se mostrando resilientes aos impactos do isolamento social sob a economia. Há inclusive pontos positivos em relação à demanda por crédito para garantir liquidez às empresas durante a pandemia. Mais para frente, o cenário de injeção de crédito barato que descrevemos acima tem somente um canal de condução: os bancos. A dúvida hoje é quanto das grandes provisões sendo feitas para perdas com inadimplência ligadas à pandemia serão de fato realizadas. É um ponto a monitorar, mas temos: (1) o alento das perdas serem não recorrentes; (2) valuations atrativos no setor bancário na bolsa. Isso nos faz acreditar que julho pode não ser um mês “one-off” para o setor bancário em nossa lista de destaques.

Maiores ganhos de julho

Destaques Negativos

Como esperado em mêses de alta da bolsa, os destaques negativos vieram do livro de ações vendidas à descoberto. As ações da Weg lideraram a lista, levadas pelo resultado acima do esperado que a empresa divulgou referente ao 2o trimestre. Seguimos perplexos com o valuation da Weg em bolsa, mesmo admitindo se tratar de uma excelente empresa com uma merecida reputação. Acreditamos que a pandemia deu força à ideia de que empresas como a Weg são mais resilientes. O caso da Weg tem um segundo efeito no dólar, pois metade do seu negócio vem de fora do Brasil. Operacionalmente, empresas com essa caracteríscita de “qualidade/dolarização” podem até ser mais resilientes a crises, mas nunca foi tão caro comprar esse hedge na bolsa; pelo menos no caso da Weg, que negocia a ~60x seu lucro anual e cujas estimativas futuras embutem um dólar alto em relação ao que os fundamentos da moeda sugeririam. Para mais informações sobre nossa visão sobre o câmbio, recomendamos as cartas semanais do nosso economista-chefe Tarik Migliorini.

Maiores perdas de julho

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.