Neste mês de Fevereiro, nosso gestor e fundador Luiz Alves participou do Stock Pickers, na entrevista ele explica a carteira e estratégia dos fundos para o ano de 2024 além de outros assuntos. Clique para assistir a a entrevista completa.
Fevereiro foi um mês positivo para os mercados de ações nos EUA e aqui no Brasil, cada um impulsionado por empresas específicas cujas ações tiveram bom desempenho em resposta à divulgação de resultados fortes no 4o trimestre de 2023. No caso dos EUA, a ação com o melhor desempenho foi a NVIDIA. Aqui no Brasil, foi o Itaú/Itausa. Esses resultados fortes levantaram os índices de ações apesar das altas de juros futuros ocorridas no mês em ambos países. Nos EUA, a taxa dos títulos de 10 anos subiu de 3,97% para 4,25%, impactada por dados de atividade que vieram acima das expectativas (PIB do 4Q23 e geração de empregos em janeiro). Aqui no Brasil, as taxas pré-fixadas subiram 15-20 bps, dependendo do vencimento, impactadas pelos juros externos e também por dados de inflação que mostraram núcleos ainda pressionados (em torno de 4,1% aa). O Ibovespa subiu +1,0% no mês, um desempenho mais fraco que o do S&P 500 (+5,2%). A alta do Ibovespa foi limitada por quedas de ações de empresas cujos resultados no 4o trimestre vieram abaixo da expectativa, como Bradesco e Ambev, e também por Petrobras e Vale, que sofreram por problemas específicos de cada uma que vieram à tona nas últimas semanas.
Resultado do Versa Institucional FIA (nossa principal carteira de ações)
A carteira de ações que serve de base para nossos fundos, representada pelo fundo Versa Institucional FIA, ficou praticamente estável em fevereiro (+0,2%). O bom desempenho de Multilaser, Gurarapes, Banco do Brasil, Moura Dubeux e Lojas Renner foi quase que compensado por quedas em Grupo Soma, Vittia, Even, JBS e BR Partners.
Vittia continua pressionada pelo cenário difícil em que se encontra o setor agro brasileiro, mas reiteramos o que escrevemos na última carta: a queda de >50% na ação já reflete os desafios de curto prazo para o setor e para a empresa. A tese de crescimento secular dos produtos biológicos e o impacto positivo que isso deve trazer para o crescimento e rentabilidade da Vittia no longo prazo justificam mantermos a posição.
A JBS caiu devido à notícia de que seu plano de dupla listagem das ações (EUA e Brasil) foi adiado. Em julho/2023 investimos em JBS por dois motivos: (1) o potencial de aumento de lucro da empresa com a normalização dos spreads das diversas proteínas e regiões em que a empresa atua; e (2) o potencial re-rating da ação com a possível listagem de suas ações nos EUA. A 2a parte foi adiada e encontra opositores importantes que vêm pressionando para que ela não ocorra, como parlamentares na Europa e outras figuras públicas nos EUA. Mas a 1a parte segue firme. Dos 7 indicadores de spreads de proteína que acompanhamos (diferentes tipos de carne e diversas regiões de atuação da JBS), 6 estão em trajetória de alta, o que indica que a JBS deve continuar na trilha de recuperação de resultados iniciada nos últimos trimestres.
GM voltou: em fevereiro voltamos a investir nas ações da General Motors, um caso que inicialmente entrou na carteira em 2020, mas não perdurou devido às nossas preocupações com a atividade econômica nos EUA quando as altas de juros começaram por lá. Quando investimos em GM lá atrás, a tese era que a montadora tradicional tinha um retorno alto e estava investindo em frentes novas com potencial de crescimento importante (carros elétricos e autônomos). O sucesso dessas iniciativas seria super positivo para a empresa, e dando tudo errado, sobraria uma montadora tradicional rentável e barata. Desde então, duas coisas importantes aconteceram com a empresa: (1) as iniciativas de novos negócios enfrentam desafios importantes, com o ritmo de venda de carros elétricos vindo abaixo das estimativas iniciais e com a subsidiária de veículos autônomos Cruise tendo de pausar seu desenvolvimento devido a um acidente que culminou em barreiras regulatórias ao funcionamento da empresa; e (2) seu negócio incumbente de picapes/SUVs manteve-se resiliente, ao passo que hoje, com a redução de custos vindas da pisada no freio ocorrida na Cruise, o resultado da montadora GM perfaz um valuation barato para a empresa, com Preço/Lucro de ~5,0x. A empresa está executando uma recompra de ações de US$10 bilhões, que representa perto de ¼ do valor de mercado da GM, uma boa forma de gerar valor aos acionistas dado que o sonho das iniciativas de EVs e AVs decepcionou.
Institucional FIA | ||||
---|---|---|---|---|
+ | Posição Long | 0,34% | ||
+ | Caixa e custos | -0,17% | ||
= | Total | 0,17% | ||
- | Benchmark (Ibov) | 0,99% | ||
= | Excesso Benchmark | -0,82% |
Destaques do mês- Institucional FIA | |||||
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Maiores | Contribuição | Menores | Contribuição | ||
Multilaser | 0,95% | Grupo Soma | -1,43% | ||
Guararapes | 0,62% | Vittia | -0,49% | ||
Moura Dubeux | 0,57% | Even | -0,20% | ||
Banco do Brasil | 0,45% | Vivara | -0,16% | ||
General Motors | 0,21% | JBS | -0,15% |
Resultado dos fundos Long-Biased (carteira de ações mais alavancagem)
Nossos fundos long-biased em geral entregam resultado na mesma direção que o Institucional FIA, porém em maior grau devido à alavancagem dos mesmos. Porém em alguns meses, principalmente quando o desempenho da carteira base de ações fica próximo de zero, descasamentos de tamanho de posições ocasionados por diferenças de liquidez das ações e a forma como isso impacta as margens dos fundos long-biased fazem com que os fundos long-biased tenham um desempenho direcionalmente diferente do desempenho do FIA. Foi o caso do mês de fevereiro, em que o Versa caiu -1,2% e o Fit caiu -2,2%. O impacto das ações que caíram sobrepôs o impacto das que subiram, o que não ocorreu no FIA apesar das ações em todos os fundos serem as mesmas.
Versa Long Biased | ||||
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Carteira long (Institucional) | 0,17% | |||
x | ||||
Alavancagem | 2,17 | |||
≅ | ||||
+ | Posição Long | -0,05% | ||
Carteira short (Bova11) | 3,0% | |||
x | ||||
Alavancagem short | -0,18 | |||
= | ||||
+ | Posição Short | -0,55% | ||
+ | Vol | 0,00% | ||
+ | Financiamento, Caixa e Custos | -0,64% | ||
= | Total | -1,24% | ||
- | Benchmark (CDI) | 0,80% | ||
= | Excesso Benchmark | -2,04% |
Fit Long Biased | ||||
---|---|---|---|---|
Carteira long (Institucional) | 0,17% | |||
x | ||||
Alavancagem | 1,80 | |||
≅ | ||||
+ | Posição Long | -0,73% | ||
Carteira short (Bova11) | 1,7% | |||
x | ||||
Alavancagem short | -0,54 | |||
= | ||||
+ | Posição Short | -0,89% | ||
+ | Vol | 0,00% | ||
+ | Financiamento, Caixa e Custos | -0,61% | ||
= | Total | -2,24% | ||
- | Benchmark (CDI) | 0,80% | ||
= | Excesso Benchmark | -3,04% |
Resultado do fundo Versa Genesis
O Genesis teve retorno positivo de +0,9% apesar do aumento das taxas de juros futuro em fevereiro.
Neste mês de fevereiro mantivemos as mesmas posições na carteira. Fizemos apenas um ajuste fino reduzindo Sabesp para aumentar a posição em Copasa.
Na nossa visão o processo de privatização da Sabesp será um sucesso, porém uma oferta de mais de R$15bn de ações da Sabesp deve vir a mercado nos meados do ano (de forma a concretizar a privatização) e a empresa terá que fazer um agressivo plano de Capex para conseguir universalizar o serviço de esgoto em São Paulo até 2029. Atualmente Sabesp negocia a cerca de 15x P/E, avaliamos que o prêmio de valuation ficou muito alto em relação a Copasa.
Em Copasa, por outro lado, a hipótese de privatização está descartada no momento, porém o papel está a 5x P/E com um dividend yield de 10% e com resultados positivos dada a redução de pessoal que a empresa realizou em 2023.
Um dos destaques positivos do fundo no mês foi Tim, que divulgou um resultado bastante forte devido ao cenário benigno de preços na telefonia móvel pós consolidação da Oi.
Atualmente as principais posições do fundo são Ecorodovias, Energisa e Copasa.
Genesis | ||||
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Carteira long | 0,62% | |||
x | ||||
Alavancagem | 1,96 | |||
= | ||||
+ | Posição Long | 1,21% | ||
+ | Financiamento, Caixa e Custos | -0,27% | ||
= | Total | 0,94% | ||
- | Benchmark (IPCA +YIMA-B) | 1,01% | ||
= | Excesso Benchmark | -0,07% |
Destaques do mês - Genesis | |||||
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Maiores | Contribuição | Menores | Contribuição | ||
Neoenergia | 1,46% | Copasa | -1,10% | ||
TIM | 0,99% | CPFL Energia | -0,53% | ||
EcoRodovias | 0,24% | Energisa | -0,02% | ||
Sabesp | 0,14% | Telefonica Brasil | -0,01% | ||
Copel | 0,04% | Cemig | -0,01% |
Resultado do fundo macro Versa Tracker
O aumento das taxas de juros pré-fixadas, comentado no início da carta, impactou negativamente o resultado do Tracker, que terminou o mês com perda de -3,0%.
Tracker | ||||
---|---|---|---|---|
+ | Bolsa | -0,13% | ||
+ | Macro | -3,60% | ||
+ | Hedge | 0,00% | ||
+ | Caixa e Custos | 0,71% | ||
= | Total | -3,01% | ||
- | Benchmark (CDI) | 0,80% | ||
= | Excesso Benchmark | -3,81% |
Agradecemos a confiança depositada.
Atenciosamente,
Equipe Versa
Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.