Resultado Mensal (Agosto/24)

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Agosto foi mais um mês positivo para os mercados de ações mundialmente, impulsionados pela consolidação da tese de que a desinflação da economia americana permite o início dos cortes de juros nos EUA este ano. Se havia alguma dúvida, as falas do presidente do Fed no congresso de Jackson Hole foram bastante claras de que o momento para ajuste de juros “finalmente chegou”. Atualmente, o mercado precifica para a próxima reunião do FOMC (18/set) algo como 1/3 de chance de um corte de 0.50p.p  e 2/3 de um corte de 0,25p.p  na taxa de juros americana, que hoje se encontra no intervalo de 5,25-5,50% aa. Para o final deste ano, o mercado precifica algo como 1,0pp de cortes acumulados. Quando o mercado precifica um cenário de queda de juros, cria-se (tudo mais constante) um ambiente mais favorável à tomada de risco, e consequentemente ao apetite por ações. Com isso, o S&P 500 entregou alta de +2,3% em agosto, puxado pelas empresas NVIDIA Corp, Apple Inc, Eli Lilly, Meta Platforms e Broadcom Inc. Aqui no Brasil, o Ibovespa subiu +6,5%, impulsionado por Petrobras, Bradesco, Weg, Itaú e B3.

A despeito do ambiente externo mais favorável, a curva de juros brasileira reforçou as apostas em um novo ciclo de aumentos da Selic no curto prazo. Dois pontos merecem destaque para entender este movimento. O primeiro foi a comunicação mais “Hawkish (ou seja, “dura” com a inflação) do Copom, com destaque para o atual diretor de política monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo. Suas falas foram interpretadas como uma sinalização de independência e comprometimento com as metas de inflação em seu mandato, o que naturalmente significaria maior propensão a subir juros nas próximas reuniões. O segundo fator a jogar lenha na fogueira continua sendo a enorme resiliência da atividade econômica aos níveis de juros atuais. As projeções de crescimento do PIB continuaram subindo e o mercado de trabalho segue aquecido, tanto pela da taxa de desemprego quanto pelo crescimento dos salários. Os dados de inflação correntes também não tem ajudado e pararam de cair.

O mercado de ações “ignorou” a piora dos juros. Em nossa visão, isso aconteceu devido aos resultados fortes reportados pelas empresas brasileiras no 2o trimestre de 2024, a maior parte dos quais foram reportados no mês de agosto. A alta do Ibovespa demonstra que, por ora, os resultados fortes falaram mais alto do que a preocupação com a trajetória dos juros.

O investimento em ações envolve análise criteriosa de diversos temas, incluindo o valuation das ações, o cenário de juros/inflação, a perspectiva futura de cada empresa investida e o cenário fiscal. Apesar do processo de decisão ter ficado mais turvo nas últimas semanas no quesito juros/inflação (principalmente mais de curto prazo), ainda achamos válida uma posição líquida comprada em ações, dado a nossa visão sobre os outros temas. O valuation da bolsa segue barato frente ao histórico e cada empresa presente na carteira principal de ações dos nossos fundos tem futuros promissores (em nossa visão) no que diz respeito ao crescimento e rentabilidade. Com isso, mantemos os fundos com exposição líquida comprada, cada um no seu nível de risco.

Resultado do Versa Institucional FIA (nossa principal carteira de ações)

A principal carteira de ações da casa, representada pelo fundo Versa Institucional FIA, teve retorno positivo de +11,47%. As principais contribuições vieram de Lojas Renner, Guararapes, BR Partners, EcoRodovias e Vulcabras. Essas e outras (detalhes nas tabelas) compensaram quedas em Multilaser e Trisul.

Institucional FIA
+Posição Long11,69%
+Caixa e custos-0,21%
=Total11,47%
Benchmark (Ibov)6,54%
=Excesso Benchmark4,93%
Destaques do mês- Institucional FIA
MaioresContribuiçãoMenoresContribuição
Lojas Renner3,51%Multilaser-0,22%
Guararapes2,14%Trisul-0,09%
BR Partners1,69%
EcoRodovias0,87%
Vulcabras0,70%

Resultado dos fundos Long-Biased (carteira de ações mais alavancagem)

Os fundos Versa e Versa Fit entregaram retornos positivos de +43,46% e +19,6%, respectivamente, impulsionados principalmente pela carteira de ações compradas, que por sua vez teve desempenho superior ao nosso funding (Ibovespa) e ao hedge que mantemos no S&P 500.

Versa Long Biased
+Posição Long51,59%
Carteira long17,14%
x
Alavancagem3,01
+Posição Short-5,23%
Carteira short (Bova11)14,1%
x
Alavancagem short-0,37
+Hedge-1,57%
+Financiamento, Caixa e Custos-1,34%
=Total43,46%
Benchmark (CDI)0,87%
=Excesso Benchmark42,59%
Fit Long Biased
+Posição Long22,83%
Carteira long14,70%
x
Alavancagem1,55
+Posição Short-2,58%
Carteira short (Bova11)9,2%
x
Alavancagem short-0,28
+Hedge-0,64%
+Financiamento, Caixa e Custos0,03%
=Total19,64%
Benchmark (CDI)0,87%
=Excesso Benchmark18,77%

Resultado do fundo Versa Genesis

O fundo Versa Genesis subiu +13,67% em agosto. Os melhores desempenhos vieram das ações Energisa, Neoenergia, EcoRodovias e Copasa.

Durante o mês de agosto, o yield da NTNB 2055 oscilou fortemente, mas terminou o mês praticamente no mesmo patamar, a IPCA+6,24%. Apesar do aumento do risco na segunda metade do mês, conforme abordado na introdução desta carta, o Versa Genesis fechou o mês com uma performance robusta.

No ano de 2024, o fundo ainda registra uma queda de -12%, refletindo diretamente o aumento dos juros reais de longo prazo, que passaram de IPCA+5,47% no início do ano para IPCA+6,24%, como mencionado acima. Este aumento dos juros reduz o valor presente dos fluxos de caixa descontados de nossas empresas, impactando negativamente o preço de suas ações.

A posição long & short iniciada recentemente teve mais um mês de contribuição positiva. A dinâmica do preço da energia tem sido ainda pior do que esperávamos quando escrevemos sobre a posição, principalmente devido à falta de chuvas, o que levou a ganhos positivos nos últimos dois meses. Continuamos acreditando que existe uma pressão de curto prazo no preço da energia, evidenciada pela bandeira vermelha patamar 2* para o mês de setembro.

Genesis
+Posição Long12,84%
Carteira long6,90%
x
Alavancagem1,86
+Long & Short0,98%
+Financiamento, Caixa e Custos-0,16%
=Total13,67%
Benchmark (IPCA +YIMA-B)0,73%
=Excesso Benchmark12,93%
Destaques do mês – Genesis
MaioresContribuiçãoMenoresContribuição
Energisa2,78%Copel0,28%
Neoenergia2,58%TIM0,52%
EcoRodovias2,55%Allos0,63%
Copasa2,54%
CPFL Energia0,97%

Resultado do fundo macro Versa Tracker

O fundo Versa Tracker teve alta de +5,94%, levado pelo livro de ações compradas e pelo livro de RFStocks. Esses compensaram perdas incorridas nas posições aplicadas em juros (ou seja, que se beneficiam por quedas e são prejudicadas por altas dos juros pré-fixados) na posição de hedge e na posição long & short que mantemos de SMALL11 x BOVA11.

Tracker
+Bolsa9,21%
+Macro-2,27%
+Hedge-1,15%
+Caixa e Custos0,14%
=Total5,94%
Benchmark (CDI)0,87%
=Excesso Benchmark5,07%

Agradecemos a confiança depositada.

Atenciosamente,

Equipe Versa

*O regulador decide todo começo de mês se é necessário aumentar o preço de energia pago pelo consumidor de forma a ressarcir o custo do despacho térmico. A bandeira vermelha patamar 2 levará a um aumento do preço de energia de 7,88% para o consumidor médio em Setembro.

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.