Governança corporativa importa?

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Governança corporativa pode ser definida como o sistema de procedimentos e controles internos pelos quais as companhias são geridas. Ela estabelece uma estrutura que define os direitos, responsabilidades e deveres dos diferentes grupos que fazem parte da empresa. Na sua essência, a governança corporativa é também o conjunto de iniciativas e verificações que as empresas precisam para minimizar e gerir os conflitos de interesse entre diferentes partes da empresa, como por exemplo os gerentes das empresas e os acionistas.

No geral os sistemas de governança refletem a visão de que a missão dos gerentes da empresa deve ser maximizar o retorno dos acionistas (shareholders). Existem ainda conceitos mais amplos, que pregam que a empresa deve além de zelar pelos acionistas, deve prezar por todos que tem interesse na companhia (stakeholders), como fornecedores e empregados.

Dentre os acionistas, destaca-se que bons princípios de governança zelam igualmente pelos interesses dos acionistas controladores e dos acionistas minoritários. Problemas de governança, no entanto, são frequentemente observados no mercado. Um exemplo em que houve preocupações sobre a governança pôde ser observado no resultado do 1T18 da Tim. Nele, a Tim divulgou a aprovação de um contrato que previa o pagamento de um percentual sobre a receita líquida para a Telecom Italia (acionista controlador) pelo uso da marca TIM. Embora isso possa ser defendido como uma prática normal da indústria, o claro favorecimento do acionista controlador em detrimento dos minoritários foi percebido como problema de governança. Na imagem podemos ver a reação das ações no dia da divulgação do resultado, apesar do resultado mostrar crescimento de receita, EBITDA e margem em linha com a expectativa do mercado.