Introdução
Maio foi um mês positivo para mercados de risco no Brasil, impulsionados pelo avanço do arcabouço fiscal no congresso nacional. O arcabouço fiscal estabelece metas visando zerar o déficit primário do governo federal em 2024 e superávits a partir de 2025 através de aumento da arrecadação de impostos e limitações no crescimento dos gastos públicos. Apesar do cumprimento das metas ser bastante dependente de aumento da carga tributária de alguma forma, o arcabouço é satisfatório no sentido que ele afasta o risco de descontrole da trajetória de dívida pública no curto prazo. O principal reflexo positivo disso tem sido a queda das taxas de juros nos títulos públicos. Na curva de títulos pré-fixados, os juros caíram 65-85 pontos base (dependendo do vértice) ao longo de maio. A queda dos juros novamente trouxe alívio para as ações brasileiras que, desde o final de 2021 vêm sofrendo com a dinâmica perversa da inflação/juros. O Ibovespa subiu +3,74% no mês. Lá fora, o S&P 500 ficou praticamente estável (+0,25%), com o noticiário econômico focado na discussão estritamente política sobre o teto de endividamento do governo federal americano.
Resultado do Versa Institucional FIA (nossa principal carteira de ações)
Como é sabido pelos leitores recorrentes das nossas cartas mensais, a carteira de ações presente nos fundos da Versa é sensível aos movimentos dos juros devido à presença relevante de empresas cujos resultados dependem de crédito e renda, e também devido ao fato de várias posições nossas serem de empresas small-caps. Nesses últimos meses de aperto das condições financeiras no Brasil, isso prejudicou nossos fundos. Em maio, assim como no mês anterior, foi o contrário. Os juros caíram, ajudando nossos fundos em geral. Nosso fundo Versa Institucional FIA subiu +13,84% no mês, desempenho bastante superior ao do Ibovespa (+3,74%). As maiores contribuições ao desempenho do Institucional FIA foram as ações BR Partners, Trisul, Grupo Soma, Multilaser e Aliansce.
Resultado dos fundos Long-Biased (carteira de ações mais alavancagem)
Os fundos long-biased da casa se beneficiaram do pano de fundo positivo para nossa carteira principal de ações. Como ambos são alavancados, tiveram desempenho superior ao Institucional FIA. O Versa Long-Biased subiu +23,39% e o Versa Fit Long-Biased subiu +21,86%.
Resultado do fundo Versa Genesis (outra carteira de ações com perfil de renda recorrente + alavancagem)
O fundo Versa Genesis, que tem uma carteira alavancada de ações com perfil de renda recorrente (utilities, telecom, rodovias e shopping centers) subiu +11,13% em maio. Os principais ganhos do fundo foram as ações de Aliansce, Sabesp, Neoenergia, Energisa e Ecorodovias. Esses ativos são ligados a operações com renda recorrente, o que os fazem parecidos com títulos de renda fixa com duration longo. Sendo assim, o desempenho positivo em maio está ligado à queda dos juros futuros.
Fazendo uma “conta de padeiro” considerando a exposição média comprada de 190% do Versa Genesis, podemos dizer que na média os ativos ali presentes subiram +11,1% / 1,9 = +5,8%. Ou seja, a carteira de ações presente no Genesis subiu em média mais que o Ibovespa. Isso, além da alavancagem do fundo, causou o desempenho positivo do fundo.
Além disso, as ações da carteira são normalmente endividadas, portanto a queda do juros corrente deve trazer dois efeitos positivos para o fundo: (i) a melhora dos resultados das empresas devido a menor despesa financeira e (ii) o menor custo de alavancagem do próprio fundo.
Resultado do fundo macro Versa Tracker
Nosso fundo macro Tracker é composto por diversas “caixinhas” de alocações inspiradas nos outros fundos da casa. Alí existe um pequeno pedaço do long/short dos fundos long-biased, um pedaço da carteira de ações do Genesis e um componente maior de alocação na curva de títulos pré-fixada. Em maio o fundo subiu +16,73%, com a maior contribuição vindo da queda de juros pré-fixados (+10,49% na cota do Tracker).
Agradecemos a confiança depositada.
Atenciosamente,
Equipe Versa
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