Escrevemos em novembro sobre nossa posição comprada nas ações das autopeças Mahle Metal Leve e Iochpe. Desde então, a Mahle Metal Leve performou bem (+17%). As ações da Iochpe chegaram a subir +28% até meados de Abril, mas devolveram todo o ganho após a greve dos caminhoneiros. Acreditamos que a Mahle Metal Leve segurou por conta de seu perfil defensivo: a empresa quase não tem dívida e seu histórico é de retornos sob capital investido altos e consistentes. Já a Iochpe, em nossa visão, fugiu do fundamento da Cia, que segue positivo. Abaixo, reiteramos os principais pontos da tese de investimento no setor de autopeças.
Crescimento de Demanda
No acumulado até Abril, as vendas de veículos leves vinha subindo +20% comparado com o ano passado. Em veículos pesados, a vendas subiam +53%. A retomada do setor veio após quedas expressivas durante a crise, período no qual frotistas e consumidores pessoa física adiaram as compras de veículos. Nesses ciclos de alta, as empresas fazem renovação de frota (trocar um veículo antigo por um novo, buscando redução de custo de manutenção) ou aumento de frota (comprando veículos para atender mais demanda por transporte).
As pessoas físicas, em ambiente de maior confiança, também trocam ou compram outros veículos. Um ciclo de queda de juros, como o Brasil vive hoje, trás ao encontro de uma demanda mais forte condições favoráveis de financiamento. Isso promove mais ainda as vendas no mercado interno. A greve dos caminhoneiros, que já passou, foi o único fator negativo nesse ambiente, mas o setor automobilístico no geral acredita que a situação se normaliza em alguns meses. Tal ambiente favorece nosso investimento em Mahle Metal Leve e Iochpe-Maxion. Ambas empresas encaram a retomada mais enxutas em termos de custo de produção, com perspectiva importante de recuperação de rentabilidade nos próximos anos.
Exposição Cambial É Positiva
Tanto Mahle Metal Leve quanto Iochpe se beneficiam com a alta do dólar, que hoje beira R$4. Do faturamento total da Iochpe, 75% vem do exterior. Na Mahle Metal Leve, 45% do faturamento é externo. Quando o dólar sobe, essa receita aumenta proporcionalmente em reais. É geração pura de valor ao acionista.
Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.
No caso da Mahle, vocês consideram que a Metal Leve é a única empresa de capital aberto do grupo Mahle, que é mundial, e que a cada período de 3 a 5 anos a Metal Leve tem comprado uma empresa do grupo Mahle à multiplos elevados e que essas compras não tem performado bem? Me parece uma forma de transferência de capital… Abs
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