Resultado Mensal (Outubro/22)

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Outubro foi um mês positivo para os mercados de ações mundialmente. O S&P 500 subiu +7,99%, impulsionado pela divulgação de bons resultados para as empresas americanas no 3o trimestre. Muitas das maiores altas do índice americano foram ações de empresas com negócios “antigos”, ligados em geral à economia real, como Exxon Mobil, Chevron, JP Morgan, Visa, UnitedHealth, Merck e Bank of America. Para essas ações, o lucro atual (que no 3o tri veio majoritariamente acima do esperado) é mais importante que o lucro futuro. Isso as deixa menos sensíveis ao cenário de inflação/juros. Com isso, essas ações conseguiram subir mesmo com os juros 10 anos nos EUA saindo de 3,80% para 4,07% no mês. Já as ações que dependem do cenário de juros na determinação do seu valuation, sofreram no mês, com quedas para Amazon, Tesla, Meta Platforms, Microsoft e Alphabet. Vale dizer que das cinco maiores baixas do S&P em outubro, três empresas divulgaram resultados piores que o esperado.

Aqui no Brasil, nosso índice bovespa subiu +5,45%, levado principalmente pelas ações de Weg, B3, Itaú, Eletrobras e Localiza. Das 92 ações do índice, somente 13 tiveram queda em outubro. O pior desempenho ocorreu nas ações da Vale, impactadas pela forte redução nos preços do minério de ferro (-17,4%), além do resultado pior que esperado da empresa para o 3o trimestre.

A principal carteira de ações nos fundos da Versa teve desempenho pior que o índice Bovespa em outubro. Isso pode ser visto pelo retorno do Versa Institucional FIA, nosso fundo long-only sem alavancagem e sem derivativos. O Institucional FIA rendeu +3,0% em outubro, menos que os +5,45% do Ibovespa. Isso ocorreu pela não representatividade em nosso FIA das principais ações que subiram do Ibovespa no mês, como Weg, B3, Eletrobras, Localiza e Suzano. Além disso, as principais perdas das nossas carteiras vieram de ações que não fazem parte do índice, como Lojas Marisa, Trisul e Taurus. Essa diferença de desempenho frente ao benchmark fica mais evidente nos fundos long-biased, pois estes são “financiados” justamente vendendo a descoberto o Índice Ibovespa. Além disso, os mesmos possuem um hedge em contratos futuros de S&P 500. Esse hedge, que foi bem sucedido desde seu início em dezembro/2021, sofreu no último mês devido ao bom desempenho do índice norte americano. Ressaltamos que o hedge vem diminuindo de tamanho ao longo das últimas semanas, limitando o impacto negativo a -9,15pp no Versa e -4,69pp no Fit. Os fundos Versa e Fit perderam -11,6% e -7,5% em outubro, respectivamente. Do lado positivo, tivemos ganhos nas posições em Aliansce, Guararapes, Neoenergia e Intelbras. O fundo Tracker subiu +1,0%, levado principalmente pelo book de ações que chamamos de “RFStocks”: ações com perfil de renda fixa, como utilities, rodovias e empresas do setor de telecomunicações.

A máxima histórica da bolsa brasileira foi junho/2021. A partir daí o índice bovespa chegou a cair -25,8%, impactado pelo ciclo de alta de juros promovido pelo banco central. O índice fez fundo em julho/2022 e desde então sobe +21%, justamente no período mais sensível pré-eleições. Acreditamos haver três motivos para isso: (1) o arrefecimento da inflação nos últimos meses, que permitiu o fim do ciclo de alta da SELIC e início de discussões sobre quando os juros poderão ceder novamente; (2) uma expectativa de pragmatismo na política econômica do candidato favorito (hoje eleito) nas eleições presidenciais; e (3) uma posição relativamente favorável do Brasil vs. outros países emergentes e até desenvolvidos, cada um com seus próprios desafios econômicos e políticos importantes a resolver. Ainda acreditamos que a bolsa brasileira esteja barata para um provável cenário de gradual queda dos juros no médio prazo. Dito isso, reconhecemos que o futuro depende de uma revelação mais clara da política econômica a ser adotada pelo presidente eleito. Por ora, mantemos alocação comprada em ativos brasileiros, principalmente no setor de varejo, com hedge (menor hoje) na bolsa americana.

Agradecemos a confiança depositada.

Atenciosamente.

Equipe Versa

Resultado dos Fundos

Atribuição de Performance

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.