As taxas de câmbio real são índices construídos para avaliar variações no poder de compra relativo de uma moeda em relação a outras. Para criá-los, é necessário ajustar a taxa de câmbio nominal pelos níveis de preços (inflação) em cada país para comparar o poder de compra entre os países.
Abaixo, pode-se ver a taxa de câmbio real brasileira comparada com 23 parceiros comerciais. Para o Brasil utiliza-se a o INPC (índice nacional de preços ao consumidor), enquanto para os outros países utiliza-se as séries de preços ao consumidor ponderadas pela participação deles no total das exportações do Brasil.
Em um mundo com bens idênticos entre países e sem fricções (barreiras, custos de transação, etc), o poder de compra relativo entre países tende a se equalizar. A teoria por trás disso se chama Paridade do Poder de Compra (PPP) e as taxas de câmbio nominais devem se ajustar.
Na prática, sabemos que as condições para a teoria funcionar não são satisfeitas e as taxas de câmbio nominais apresentam desvios persistentes da PPP.
Um famoso índice para medir o desvio da PPP é o índice Big Mac, que leva em conta uma cesta de bens idêntica entre os países (Big Mac). Abaixo podemos ver o resultado com relação ao dólar americano de diversos países (junho/2019). A imagem mostra que, em junho/2019 a taxa de câmbio BRL/USD implícita pela diferença de preço de um Big Mac no Brasil e nos EUA era 3,05 ou -20% mais baixa que a taxa de câmbio oficial.