O que faz a bolsa subir?

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O gráfico abaixo mostra o preço do Ibovespa nos últimos 5 anos e os preços teóricos a 4 múltiplos diferentes: 8, 10, 12 e 14x lucro. O lucro utilizado é o consenso Bloomberg para os 12 meses seguintes.

Fundamentalmente, o desempenho da bolsa depende da expansão dos lucros e da variação no múltiplo que ela negocia. Ao analisar o gráfico dos últimos 5 anos, algumas coisas chamam a atenção:

  1. Para o índice no longo prazo, o crescimento dos lucros é mais importante do que o múltiplo. Por exemplo em abril de 2016, o índice estava negociando perto de 14x lucro, caro para padrões históricos. No entanto, como no período subsequente (2016-2019) houve uma expansão relevante de lucros, os dois períodos se mostraram ainda como bons pontos de entrada para os investidores que tiveram paciência para aguardar o crescimento dos lucros. Vale a pena também comparar abril de 2015 com abril de 2016. Em 2015, o investidor que pagou um múltiplo de 14x sofreu nos meses seguintes por não ter havido crescimento nas projeções de lucro e também por um de-rating no múltiplo. Já em 2016, como houve crescimento de lucros, mesmo com uma redução dos múltiplos negociados o investidor ganhou dinheiro nos 12 meses seguintes.
  2. De tempos em tempos a bolsa entra em promoção. Quando os investidores tem a percepção de que o cenário para lucros futuros será desfavorável, a bolsa tende a negociar a múltiplos mais baixos. Esse foi o caso no fim de 2015/começo de 2016 quando existia a preocupação com a situação econômica da China e também em maio de 2018 quando houve a greve dos caminhoneiros. No entanto, se as preocupações não se materializarem e as empresas mantiverem suas perspectivas de lucro, essas se mostram excelentes oportunidades para se investir.

E o que impulsiona crescimento de lucros?

  1. Crescimento econômico. Crescimento aumenta o volume de consumo e investimento na economia, aumentando a demanda pelos produtos produzidos pelas empresas.
  2. Ganhos de eficiência/produtividade. Melhorias tecnológicas e de processos dentro das empresas fazem com que elas consigam produzir mais com menos recursos e o custo por unidade produzida diminui.
  3. Juros baixos/crédito. Quando a economia está rodando com juros baixos, o crédito para as pessoas e empresas fica mais barato, e a demanda por produtos aumenta.
  4. Redução da burocracia. Do ponto de vista econômico, burocracia é custo. Com menos burocracia, mais transações se tornam viáveis e isso impulsiona a economia.